ATA DA QUARTA SESSÃO SOLENE DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 25.03.1997.

 


Aos vinte e cinco dias do mês de março do ano de mil novecentos e noventa e sete, reuniu-se, no Largo Valneri Antunes, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezessete horas e trinta minutos, constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada a homenagear os 225 anos de Porto Alegre, nos termos do Requerimento nº 54/97 (Processo nº 817/97), de autoria da Mesa Diretora. Compuseram a Mesa: o Vereador Clovis Ilgenfritz, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Raul Pont, Prefeito Municipal de Porto Alegre; o Senhor José Fortunati, Vice-Prefeito de Porto Alegre; o Senhor Júlio Cézar Pujol, representante do Vice-Governador do Estado do Rio Grande do Sul; a Senhora Wrana Maria Panizzi, Reitora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; o Coronel Irani Siqueira, representando o Comando Militar do Sul; o Major Francisco Carlos Freitas, representando o Comando Geral da Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul; o Senhor Jairo Carneiro, Presidente da Central Única dos Trabalhadores - CUT; o Vereador Paulo Brum, 1º Secretário da Casa. A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, assistirem à execução, pela Banda da Brigada Militar do Estado, sob a regência do Maestro Sub-Tenente Marco Aurélio Scheiweg, do Hino Nacional e, após, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Luiz Braz, pela Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro, lembrando que a história de Porto Alegre confunde-se com a história desta Câmara, atentou para a importância de um trabalho conjunto entre o Legislativo e o Executivo Municipal em prol da construção de uma cidade cada vez melhor. O Vereador João Dib, pela Bancada do Partido Progressista Brasileiro, leu discurso pronunciado pelo ex-Prefeito José Loureiro da Silva, quando da comemoração dos duzentos anos de colonização de Porto Alegre, no qual é destacada a necessidade de participação de todos os cidadãos para o crescimento da comunidade. O Vereador Cláudio Sebenelo, pela Bancada do Partido da Social Democracia Brasileira, discorreu sobre sua visão pessoal acerca da Cidade, salientando as imagens subjetivas que ela suscita em todos nós, como parte integrante e participante de nossas vidas. O Vereador José Valdir, pela Bancada do Partido dos Trabalhadores, declamou poema de sua autoria, intitulado "Que Porto Alegre", onde se ressaltam características que todos esperamos encontrar em uma cidade idealizada, características estas observadas em Porto Alegre. O Vereador Reginaldo Pujol, pela Bancada do Partido da Frente Liberal, analisou o significado da presente homenagem, como um momento de reflexão e renovação do compromisso de cada um com a Cidade onde vive, numa rede de atividades solidárias em busca do bem comum. O Vereador Lauro Hagemann, pela Bancada do Partido Popular Socialista, declarando viver há quase meio século em Porto Alegre, disse do seu amor pela Cidade e do seu desejo de continuar contribuindo para a melhoria da qualidade de vida de todos os porto-alegrenses. O Vereador Carlos Garcia, pela Bancada do Partido Socialista Brasileiro, manifestou seu orgulho por morar em Porto Alegre, nomeando diversos locais que já se tornaram conhecidos e amados por todos os cidadãos que aqui residem. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Prefeito Municipal de Porto Alegre, Senhor Raul Pont, que comentou medidas que vêm sendo tomadas pela Administração Municipal, de restauração e melhoria de locais públicos da cidade, salientando, contudo, ser este um momento de declarar o amor que todos sentimos por Porto Alegre, sentimento este externado através de um processo participativo que forma e consolida nossa consciência como cidadãos. Após, a Banda da Brigada Militar do Estado executou a obra "Canção de Porto Alegre". Às dezoito horas e vinte minutos, o Senhor Presidente agradeceu a presença de todos, convidando os presentes para a abertura das Exposições "Porto Alegre - À Beira do Rio e em Meu Coração" e "De Freguesia à Cidade - A História da Capital da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul", no Salão Adel Carvalho, e, nada, mais havendo a tratar, convocou os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Clovis Ilgenfritz e secretariados pelo Vereador Paulo Brum, 1º Secretário. Do que eu, Paulo Brum, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE  (Clovis Ilgenfritz): Estão abertos os trabalhos da 4ª Sessão Solene. A Mesa sente-se privilegiada com os holofotes da natureza para poder ser mais identificada. Já estão presentes, entre nós, o Exmo. Sr. Prefeito Municipal de Porto Alegre, o Sr. Raul Pont, que faz parte da Mesa; o representante do Presidente da Assembléia Legislativa do Estado, que ainda está a caminho; a Exma. Reitora da UFRGS, Wrana Panizzi; o nosso Vice-Prefeito, José Fortunati; o representante do nosso Vice-Governador do estado. Sr. Júlio Cézar Pujol; o representante do Comando Militar do Sul, Cel. Irani Siqueira, e o Presidente da CUT, o companheiro Jairo Carneiro.

Queríamos dizer que, com a presença na Mesa de algumas autoridades importantes, estamos participando de um ato singular, numa Sessão Solene, neste 25 de março, quando Porto Alegre está comemorando a sua semana e amanhã completa seus 225 anos. Para dar início à Sessão, além de convidarmos todos os presentes para que se aproximem, convidamos os presentes para ouvirem o Hino Nacional, que será executado pela banda de música que nos abrilhanta com sua presença, a Banda da Brigada Militar, com regência do maestro Sub-Tenente Marco Aurélio Scheiveer. Usamos aqui das forças militares para compor com civis, esse nosso ato cívico.

 

(É executado o Hino Nacional)

 

Registramos com muita honra a presença do Sr. Francisco Carlos Freitas, Major Comandante-Geral, representando a Brigada Militar.

Convidamos para fazer parte da Mesa o Secretário da Casa, Paulo Brum. Citamos a presença dos arquitetos Guilherme Barbosa, membro da Mesa, Eliseu Sabino, Juarez Pinheiro, Adeli Sell, Antônio Losada, José Valdir, Lauro Hagemann, Cláudio Sebenelo, Nereu D'Ávila, Luiz Braz, Hélio Corbellini.

Com a palavra o Ver. Luiz Braz para falar em nome da sua Bancada, o PTB.

 

O SR. LUIZ BRAZ: (Saúda os componentes da Mesa.) É com imensa satisfação que, representando o PTB, participamos desta solenidade alusiva aos 225 anos de Porto Alegre.

Vivemos em novos tempos. Se verificarmos a história da nossa Cidade, veremos que estamos vivenciando experiências novas, conseguindo relações que estão sendo extremamente úteis para que nossa sociedade possa melhorar. Eu, que convivo nesta Câmara há 14 anos, noto que a história da Câmara se mistura e muito com a história da nossa Cidade. Dentro da história da Câmara Municipal, várias são as atitudes para que esse relacionamento com a sociedade, para que esse progresso, para que esse momento que vivemos possa dar-se de maneira melhor. É claro que, quando olho para Porto Alegre, como cidadão, há alguns anos - não sou daqui - tenho muito orgulho da Cidade, tenho muito amor por Porto Alegre, gostaria de ver Porto Alegre muito melhor. Reconheço que muito já foi feito e muito tem sido feito na atualidade para Porto Alegre. Gostaria de ver, por exemplo, as praças com muitas flores. Vejo muito cimento e poucas flores. Gostaria de ver no Bairro Glória uma praça, onde os moradores pudessem estar se deliciando em alguns momentos de prazer, sem precisar, de repente, esticar uma caminhada ao Parque Marinha do Brasil para ver um pouco de verde, ou poder conviver mais com a natureza. Gostaria, é claro, de ver minha Cidade melhor situada com relação ao tráfego, ao problema de saneamento, mas reconheço que isso não se deve às falhas humanas. Isso se deve à impossibilidade da luta que tem sido efetuada por todos os setores, o Legislativo e o Executivo, não terem ainda conseguido, apesar de todos os esforços, chegar até o ideal. Temos que reconhecer que vivemos numa cidade muito linda. Vivemos numa cidade, onde temos que agradecer todos os dias a Deus por estarmos podendo caminhar por suas ruas e dizer que somos seus filhos. Tenho muito amor por esta Cidade, e fico muito feliz em poder estar aqui em nome do PTB - e cito os meus amigos Eliseu Sabino e Paulo Brum, representantes deste Partido, aqui presentes. Em nome de todos os Vereadores quero dizer que todos nós  amamos Porto Alegre e vamos dar o melhor de nós para que esta Cidade possa ser cada vez melhor. Muito Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Quero nominar algumas presenças que se farão ao longo do nosso ato. O Diretor do DMAE;  a representante  da Secretaria do Planejamento Municipal, a arquiteta Virgínia Jardim; o Presidente do Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre, o Conselheiro José Elias Flores, além de saudar aos funcionários da Casa.

Com a palavra, o Ver. João Dib.

 

O SR. JOÃO DIB: (Saúda os presentes.) Há 57 anos nesta Cidade de Porto Alegre, o Prefeito José Loureiro da Silva comemorava os 200 anos da colonização da sua Cidade. A Câmara Municipal discutiu muito a diferença entre colonização e fundação, diferença que nunca houve para o Prefeito Loureiro da Silva. Estabeleceu-se a data de 26 de março de 1772 como data da fundação, e não da colonização. Portanto,  parece-me que,  sendo Loureiro da Silva homenageado nesta avenida, onde há um monumento - e para mim é o Prefeito do século e aquele que mais impressionou a Cidade - eu posso adaptar o pronunciamento que ele fez no momento em que inaugurava a semana de comemoração dos 200 anos da colonização. Assim me pronuncio lembrando Loureiro da Silva, neto, bisneto de Jerônimo de Ornelas.

Sobre esses céus lavados de luz e de sol glorificamos nesta  tarde radiante a Cidade de Porto Alegre. A trilha de 225 anos foi percorrida com entusiasmos e anseios, com grandezas e misérias, com lágrimas e risos. A Cidade formou-se no seu amálgama íntimo com aquelas dores e alegrias humanas que dignificam e enobrecem a vida das coletividades. Nesta hora gloriosa de luz e de sol,  podemos  reproduzir, parafraseando o que se fazia na velha Espanha com a fundição dos sinos. Eram as noivas que chegavam, lançando no caldeirão da praça para fundição dos sinos os seus anéis de noivado. Eram as velhinhas amoráveis que tiravam as  jóias antigas de família, e aquelas que recordavam os seus primeiros anos de juventude. Eram os guerreiros batidos de todas as lutas que traziam o punho das espadas para o caldeamento dos sinos. As jóias todas eram jogadas no vasto caldeirão da praça, onde se fundiriam aqueles sinos que chorariam pelos homens e grandezas materiais da vida.  Hoje,  Porto Alegre,  simbolicamente, está caldeando aqui neste Largo os seus sentimentos mais recônditos,  as jóias mais fulgurantes do seu tesouro íntimo. Porto Alegre,  nas suas mulheres, nos seus homens,  nas suas crianças, é toda uma fulguração de joalherias íntimas, elevando os corações e as almas num arrebatamento espiritual que dignifica e enobrece o sentido da vida. Os sinos que estamos fundindo neste caldeamento baterão as horas amargas ou tristes, mas sempre conservarão erguidos os corações porto-alegrenses, dignificando a terra, o homem e enaltecendo esse Brasil que amamos acima de todas as coisas. Vamos fazer a nossa parte nesse sino a ser fundido,  e  Porto Alegre será feliz. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Registramos a presença do Ver. Carlos Garcia, do Ex-Vereador e Ex-Presidente desta Casa, Cleom Guatimozim.

O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: (Saúda os presentes.) Outro dia, o Ver. João Dib pediu que eu escrevesse alguma coisa sobre Porto Alegre para fins radiofônicos. Escrevi uma coisa muito pequena,  mas  que mostra o nosso sentimento em relação à  nossa Cidade.

Desde o dia em que nasci,  vejo nossa Cidade como uma cidade elegante, sedutora, sinuosa na altura de seus montes,  na horizontalidade infinita do seu rio, graciosa como um passo de dança,  com  equilíbrio,  sucedendo sempre aos nossos desequilíbrios, e assim por diante, como a bailarina de uma valsa de Chopin. É um corpo essa sua anatomia, com uma superfície aveludada. Passemos à sua alma: ruas encantadas do Mário Quintana, bares, esquinas, a sua gente. Gente açoriana dos 40 casais que geraram de todas as partes da terra. Seu ar mais parece um olhar, olhar insone do seu jeito inquieto, e como todos que a conhecem apaixonados pelo coração que pulsa na geografia e no sentimento de todos os gaúchos, capital mais "prenda minha" entre todas. Temos, como Vereadores, o privilégio de abordá-la pelo seu orçamento, pelo seu Plano Diretor, mexendo em sua Lei Orgânica, em seu Código de Postura, em suas artérias, em seu esqueleto, em sua intimidade, com a qual nos acasalamos perdidamente. Fazemos as suas leis, e ela é tão legal conosco. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Para continuar com as representações dos partidos, descobrimos mais um poeta na Casa, o que foi dito pelo Prefeito.

Chamamos outro poeta para falar em nome do PT. Com a palavra o Ver. José Valdir.

 

O SR. JOSÉ VALDIR: (Saúda os presentes.) Fiz uma poesia para Porto Alegre,  porque ela é uma cidade que nos encanta. Nós, do interior,  sempre temos aquele projeto de um dia visitar Porto Alegre, quando se é piá.  Quando visitamos,  saímos encantado e realizamos uma magia, um sonho. Instigado pelo Ver. João Dib, que já está se confundindo com a história desta Cidade, já faz parte da história. Ela nos instiga a debater. Instigou-me à poesia:

 

"Que Porto Alegre"

 

"Toda a cidade deveria ter um rio,  muitas ilhas e um porto. Toda a cidade deveria ter um pôr-de-sol e uma pedra no cais, de onde se pudesse espiar a volúpia e a ternura da noite abraçando o dia. Toda a cidade deveria ter uma usina para lapidar os nossos sonhos e um obelisco ou uma chaminé sem fumaça,  melhor ainda,  para ligar a terra dos homens à morada dos deuses. Toda a cidade deveria ser meio rural,  meio provinciana, com gente faceira andando pelas ruas, apesar das mazelas da vida urbana. Porém, só há uma,  só uma por austeridade ou capricho dos deuses, onde o porto e tudo o mais existe de verdade. Por isso, só há uma cidade, onde todos exclamam: "Que Porto alegre!" Muito obrigado. (Palmas).

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Após o brilhante discurso poético do Ver. José Valdir, vamos escutar a palavra do representante do PFL, Ver. Reginaldo Pujol.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: (Saúda os presentes.) O aniversário da nossa Cidade nos alegra e produz alguns encantamentos especiais, despertando até mesmo a veia poética dos nossos colegas, que,  certamente,  revelam para nós que,  no fundo,  todos nós temos um pouco de poesia, um pouco de amor.

A presença entre nós de autoridades municipais, estaduais e federais só ressalta o significado deste momento, na medida em que todos nós, de uma forma ou de outra,  vivemos  nesta hora,  num  gesto de reflexão renovado,  um compromisso que cada um, a sua maneira tem para com a Cidade, que é a Cidade natal de tantos, e de outro lado perfila outros tantos de nós vindos de paragens as mais distantes,  não só do Estado, como até mesmo desta pátria brasileira que contribui com  homens e mulheres de qualidade, que no dia a dia ajudam a construir esse porto dos casais, esta Cidade que inspira as manifestações poéticas que ouvimos no dia de hoje.

Manda o protocolo que, em ocasiões como esta, a brevidade do pronunciamento seja a tônica. Por isso, e seguindo fielmente a orientação, acrescento, com o lirismo que um guapo da campanha pode oferecer, as palavras do meu partido a esta cerimônia que se realiza aqui ao ar livre, numa integração perfeita e plena dos representantes do povo da Cidade com a própria Cidade. Que a nossa Porto Alegre, que hoje comemora mais um aniversário, festiva, alegre, lírica, possa ser também uma cidade que, despertando o amor, se consagre na fraternidade, na solidariedade e no espírito comum de todos juntos trabalharmos para que esta Cidade linda e bonita seja o exemplo da fraternidade no Estado e no País. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Queremos registrar a presença do jornalista Adaucto Vasconcellos, nosso embaixador do Prefeito na Casa.

O Ver. Lauro Hagemann está com a palavra.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: (Saúda os presentes.) Esta tarde outonal reflete bem o que é a nossa Porto Alegre. Uma cidade encantadora, abrigo de todos nós,  merecedora do nosso carinho, do nosso respeito, do nosso trabalho, no sentido de torná-la cada vez melhor, mais acolhedora, mais cidade para todos. Da pólis, da urbis, do burgo, Porto Alegre é a síntese da sociedade humana. É aqui que se reflete o espírito gregário do homem, e é aqui que nós, Vereadores desta Cidade, Câmara quase tão antiga quanto a própria Cidade, seus legítimos representantes, temos a obrigação de desenvolver a nossa atividade. Não é fácil falar em uma tarde como esta depois de ouvirmos Sebenelo, Valdir e tantos outros em citações poéticas apropriadas, adequadas, pertinentes à moldura em que nos encontramos. Mas quero aqui dizer que há quase meio século vivendo em Porto Alegre, quero continuar contribuindo com meus andares, com os meus amores para o crescimento da Cidade de todos nós. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Temos que fazer uma galeria de poetas nesta Casa.

O  Ver. Carlos Garcia está com a palavra.

 

O SR. CARLOS GARCIA: (Saúda os presentes.) Estava atento ouvindo os meus colegas e mais do que nunca entendi aquilo que diz o nosso decano, Ver. João Dib, que na Câmara estão representados 100% dos votos de Porto Alegre,  porque é plural.  Podemos sentir que há pessoas de diferentes profissões. Todos com níveis poéticos interiores. Mas eu não tenho esse dom de escrever poesia. Mas sou sensível e amo esta Cidade em que nasci.

    Porto Alegre, que comemora 225 anos, tem o título de "mui leal e valorosa", o qual foi conferido pelo Imperador Dom Pedro II, por ocasião da Revolução dos Farrapos, em 1835, há cerca de 160 anos, com sua constância e fidelidade ao trono imperial. Temos que nos orgulhar por morar numa cidade que há muito tempo é reconhecida com louvor, por morarmos na "cidade sorriso",  a capital dos gaúchos, a cidade do Laçador, da Usina do Gasômetro, do nosso encantado e gostoso Rio Guaíba, que para alguns é lago, do Brique da Redenção, do Mercado Público,  que está tão belo, da Rua da Praia, do Viaduto dos Açorianos, do Theatro São Pedro, da Praça  da Alfândega, do Parque Farroupilha, da nossa Catedral Metropolitana e tantos outros, significando todo esse conjunto através de um dos mais belos pores-do-sol de todo o mundo. A nossa "mui leal e valorosa",  a Província de São Pedro, o nosso Porto dos Casais,  que até tem um projeto com esse nome, e nosso Prefeito está lutando pelo porto, é hoje considerada a cidade brasileira mais arborizada, a melhor para investimentos, onde a população tem a maior expectativa de vida. Enfim, tem a melhor qualidade de vida em nosso País. Devemos, desta forma,  mais do que nunca, aproveitar a nossa localização estratégica no MERCOSUL para alcançarmos o almejado: receitas e dividendos econômicos; já que, no que tange à cultura, ao esporte e à política, incontestavelmente sempre estivemos em posição de vanguarda. Parabéns, açorianos,  parabéns aos que nasceram aqui, ou que adotaram a Cidade, um povo lutador que merece a Cidade que tem. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Chegou o momento de ouvirmos o Chefe do Executivo Municipal, o ilustre Prefeito Raul Pont.

 

O SR. RAUL PONT: (Saúda os presentes.) No momento de aniversário e de festa como estamos vivendo seria lógico e natural que elencássemos aqui os nossos compromissos com a Cidade, que estabelecêssemos alguns símbolos que durante os festejos do aniversário estamos consolidando para tornar a Cidade melhor, como a entrega do Mercado Público, o belíssimo baile realizado no sábado, os investimentos acordados hoje com um grande grupo econômico que assinou o protocolo de compromissos, de intenções com a Prefeitura, mas a veia poética de vários Vereadores aponta que neste momento o melhor é nos cingirmos àquilo que é sentimento, àquilo que é o amor, o carinho que todos nós temos por esta Cidade que nos abrigou. Praticamente, a maioria de nós - e não tenho receio de engano - somos de fora de Porto Alegre, e esse sentimento de abrigo em relação a esta Cidade, de desenvolvimento cultural e científico que aqui alcançamos, somente redobra o nosso compromisso com a Cidade.

 A reitora Wrana Panizzi, que está aqui conosco, sabe muito bem que a Universidade é um atrativo, é um elemento de convergência de milhares e milhares de jovens que vêm à Capital em busca da educação, da ciência, da cultura e que aqui ficam e são adotados e adotam esta Cidade, talvez com paixão igual ou maior do que aqueles que aqui nasceram, e são esses compromissos e essa identificação com a Cidade que fazem com que nós possamos, com a maior tranqüilidade, nos sentir em casa e comemorarmos com a Cidade mais um aniversário.

 O processo de formação da cidadania não é um processo espontâneo. Não basta a gente nascer numa cidade para ser cidadão. A Cidade,  naquilo  que ela oferece, naquilo que ela oportuniza de equipamentos, de condições de vida, escolaridade, de saúde, de democracia, do palanque, do teatro, do cinema, do bar da esquina, tudo isso são os elementos essenciais para que a Cidade propicie efetivamente a condição de cidadão aos seus filhos. A nossa condição de cidadão é um processo de formação, de termos à nossa disposição e de nossos filhos, de nossos descendentes,  a memória, a história, os fatos que vão gerando a cada momento, a cada período histórico, uma cultura, uma consciência e uma formação, que é insubstituível. São essas coisas que dão a singularidade a uma cidade, são elas que fazem com que alguns venham aqui e, através da poesia, expressem o seu sentimento, sua sensibilidade, a sua forma de ver a Cidade. Essas coisas singularizam Porto Alegre.

 Orgulhamo-nos de ter uma história marcada por rebeldias, revoluções, por lutas pela democracia,  pelas conquistas de cidadania, de direitos humanos; por maior que seja nossa pluralidade,  por maior que sejam as divergências, contradições que tenhamos nas forças políticas que representamos. Todos nos orgulhamos de ter esse passado,  essa identidade cultural, que é insubstituível, que podemos encontrar em cidades parecidas, com concreto armado, com praças, às vezes até semelhantes, mas a singularidade cultural, a singularidade que nos identifica para o conjunto do País,  não temos dúvida de que é fruto daquilo que Porto Alegre nos ofereceu ao longo da sua existência e da nossa curta passagem por ela. Porto Alegre fica, e temos certeza de que estaremos, dessa forma,  com  compromisso, com seriedade,  com  transparência, com democracia e formação de cidadãos, cumprindo a nossa parte para que, mesmo sendo passageiros,  possamos agregar, aditar um pouco mais a essa formação cidadã com a qual todos nós estamos comprometidos.

Muito obrigado e parabéns, longa vida à nossa Cidade, e que nós possamos comemorar juntos muitos novos aniversários da nossa Capital. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Para finalizar esse evento, nós vamos ouvir agora a "Canção de Porto Alegre".

Queremos convidar a todos para a abertura de duas exposições que acontecerão logo a seguir, no saguão, na nossa galeria Av. Clebio Sória, onde estaremos abrindo a exposição "Porto Alegre à Beira do Rio do meu Coração". São fotografias magníficas da Cidade.  E,  também, a exposição de "Freguesia à Cidade", a história da Capital da Província de São Pedro do Sul, que estará no salão Adel Carvalho,  memorial desta Casa. Logo a seguir, às 19h30min, teremos um espetáculo "Tributo à Cidade",  com teatro, dança, vídeo e poesia, um "show" musical com Leonardo Ribeiro e Erico Artech, com direção de Camilo de Lélis, no Plenário Otávio Rocha.

Agradecemos a presença de todos que prestigiaram esse ato.

Está encerrada a Sessão Solene.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h20min.)

 

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